Eu penso que estás a confundir aspectos diferentes. Existem sim, e este fórum é um bom exemplo, comunidades bem organizadas à volta da área da robótica. No mundo universitário passa-se exactamente o mesmo. O mundo empresarial rege-se por regras diferentes, mas também já se podem identificar alguns núcleos de competência, em especial no Japão e nos EUA. Tanto quanto me apercebi, na Europa as empresas na área da robótica dedicam-se mais a consultadoria (isto é desenvolvimento à medida) e menos à produção em série de produtos robóticos.
Se estivermos a falar aplicações militares, o Iraque e o Afeganistão estão cheios de robots e é uma indústria que já move alguns milhares de milhões de dólares. Se por outro lado estiveres a falar de aplicações industriais, então o volume de negócios indústria é ainda maior e existe mesmo uma empresa portuguesa, a EFACEC, que produz armazéns robotizados. Eu tive oportunidade de visitar um, numa fábrica de papel na Figueira da Foz.
Parece-me portanto que o que não falta é dinheiro e productos na área da robótica. Então porque é que ainda não chegou o futuro repleto de robots ? Bem, quem é que disse que iria chegar ? O Asimov previu que existiriam apenas 1 computador por continente, e hoje andamos todos com um no bolso que tira fotografias, dá para consultar postar no lusorobótica e ainda falar com outras pessoas do outro lado do mundo. Quem é que antes dos anos 90 previu que isto iria acontecer ? Eu tive um bom professor na universidade que nos garantiu que os pc's a 1 GHz estavam ainda a vários anos de distância. Menos de um ano depois, a frequência dos pc's passou de menos de 200 MHz para 1 GHz.
Resumindo, eu penso que não se trata de entraves tecnológicos ou de custos, mas sim de previsões que falharam. Os robots são excelentes em algumas áreas, mas estou em crer que dificilmente farão parte do nosso quotidiano. Pelo menos não forma hollywodesca como os imaginamos. Dito isto, prever o futuro é algo bastante arriscado e se eu o soubesse fazer apostava mas era no euromihões.
Só para terminar, os problemas tecnológicos estão longe de estar resolvidos. E não, não é uma questão de custos. Os drones americanos custam vários milhões e nenhum voa sem um humano o estar a vigiar.
