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Electrónica => Electrónica Geral => Tópico iniciado por: SerraCabo em 22 de Janeiro de 2018, 20:25

Título: Medição de factor de potência em intensidades não sinusoidais
Enviado por: SerraCabo em 22 de Janeiro de 2018, 20:25
Olá.

A medição do factor de potência em cargas indutivas ou capacitivas que trabalham sinusoidalmente eu suponho que percebo bem.

E quanto a correntes como esta?

(https://1.bp.blogspot.com/-_aICu0kAVWg/WmZHEn6NOmI/AAAAAAAACmg/jRlodufmGRcVb4xtLAMb9jDUrPoQ4eW1QCLcBGAs/s320/Pulsatoria.png)
Traço verde a tensão, vermelho a corrente.

É de uma fonte alimentada a AC com uma ponte, um condensador e uma resistência de carga. A intensidade é medida à saída da ponte.

Eu diria que não faz sentido chamar-se factor de potência num caso destes. Será assim? O factor de potência acaba sendo mais abrangente? A ser assim, qual o método de medição?

SC
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: rglove em 23 de Janeiro de 2018, 05:53
Boas,

A definição de fator de potência é a potência real a dividir pela potência aparente (fp = P/S).
Portanto, para medires o fator de potência tens de calcular ou medir a potência real média e calcular a potência aparente média (Vrms*Irms).
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 23 de Janeiro de 2018, 09:54
Ou seja, o termo factor de potência acaba por ter um âmbito mais abrangente que o simples desfasamento por reactância.

... ou se calhar sempre assim foi e eu não sabia.

Tks, RGlove.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: KammutierSpule em 23 de Janeiro de 2018, 10:32
Houve uma altura que tinha de medir isso num analisador.

Ja não me lembro como é calculado ou deveria ser, mas na altura penso que usei duas fontes com calculo do FP e fiquei ligeiramente com a impressão que mediam de maneira diferente.
Acho que uma dava mais valor ao pico (desfasamento do pico) e outro era mais por RMS.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: Njay em 23 de Janeiro de 2018, 14:23
Ou seja, o termo factor de potência acaba por ter um âmbito mais abrangente que o simples desfasamento por reactância.

... ou se calhar sempre assim foi e eu não sabia.

Sempre foi assim, o desfasamento é um caso particular para as ondas sinusoidais.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 23 de Janeiro de 2018, 14:49
Citar
Sempre foi assim, o desfasamento é um caso particular para as ondas sinusoidais.

Ok. Thanks.

Isso é capaz de explicar o sarrabulho relativamente ao insucesso dos equipamentos de correcção de factor de potência face ao não abaixamento da factura por energia reactiva.

Vou tentar investigar mais qualquer coisa.

SC
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: senso em 23 de Janeiro de 2018, 14:52
Em casa não pagas o componente reactivo..
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 23 de Janeiro de 2018, 14:58
Pois não, eu sei. Mas nas empresas paga-se e é isso que vou tentar investigar qualquer coisa.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: senso em 23 de Janeiro de 2018, 15:28
Para empresas existem PFC's activos, pensa em 2-3 racks de material..
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: artur36 em 23 de Janeiro de 2018, 20:37
A primeira coisa a fazer é desde logo medir a tensão e a corrente no mesmo ponto, no exemplo dado a tensão medida é antes da ponte rectificadora e a corrente a seguir, nessas condições e caso a tensão seja perfeitamente sinusoidal o factor de potência será igual ao produto entre a potência activa e a potência reactiva (FP=KW/KVA), "vulgarmente" conhecido como Cosseno de Phi, e pode ser medido até com um indicador analógico.
Foi-me mostrado recentemente que no caso de tensões não perfeitamente sinusoidais isto é apenas uma aproximação sendo necessário recorrer a matemática "avançada" (transformações de Fourier se não me falha a memória para decompor a forma de onda nas variadas frequências sinusoidais que a compõe), o que é usado para a medir são analisadores de corrente avançados (existem analisadores de corrente básicos e relativamente baratos mas tal como os multímetros baratos {não TRMS} assumem a forma de onda como sinusoidal perfeita e fazem uma aproximação à realidade através daí) estes fazem os cálculos todos internamente e apresentam o valor real do factor de potência independentemente da forma de onda.

Isso é capaz de explicar o sarrabulho relativamente ao insucesso dos equipamentos de correcção de factor de potência face ao não abaixamento da factura por energia reactiva.


Insucesso?
Só se for nos PALOP porque em Portugal e em grande parte do mundo o sucesso é garantido e o retorno do investimento a curto prazo.

Pois não, eu sei. Mas nas empresas paga-se e é isso que vou tentar investigar qualquer coisa.

A energia reactiva é paga por todos os consumidores a partir de BTE (baixa tensão especial), hoje em dia a preocupação com a redução da energia reactiva já é uma constante e nas fontes comutadas de potência a correcção do factor de potência é normal, a grande maioria (senão mesmo todos) dos Variadores de Frequência lançados actualmente já trazem essa função embebida, e o mesmo se passa em muitos outros equipamentos em especial nos dedicados à indústria.

Nos casos em que os equipamentos instalados se traduzem numa elevada necessidade de energia reactiva a solução mais comum passa pela instalação de baterias de condensadores e do respectivo controlador que vai analisando em tempo real a energia reactiva necessária e vai ligando condensadores à rede. O passo fundamental neste processo é uma correcta análise dos consumos da instalação para dimensionamento da bateria de condensadores, esta não é linear mas funciona por escalões que devem ser correctamente dimensionados de modo a suprir as necessidades normais da instalação.

O único caso do qual conheço valores e que demonstra como é um investimento que vale a pena é o de uma empresa de metálo-mecânica de dimensões razoáveis mas cujo parque de máquinas era bastante antigo, o custo mensal só de energia reactiva era superior a €400,00, após o sistema de correcção ser instalado demorou cerca de 10 meses a estar pago e o custo de energia reactiva passsou a €0,00.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 23 de Janeiro de 2018, 21:17
Caro Artur36,

Repare que a reactiva não tem sido o que está em, causa mas desvios no factor de potência motivado por consumos não lineares mesmo que em sinusóides. Esse caso, os correctores de factor de potência habituais não resolvem.

Ou resolvem? Se resolverem, explique-nos como.

SC
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: senso em 23 de Janeiro de 2018, 23:13
São correctores activos, que monitorizam a linha e ajustam-se de acordo com a mesma.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: artur36 em 23 de Janeiro de 2018, 23:38
Caro Artur36,

Repare que a reactiva não tem sido o que está em, causa mas desvios no factor de potência motivado por consumos não lineares mesmo que em sinusóides. Esse caso, os correctores de factor de potência habituais não resolvem.

Ou resolvem? Se resolverem, explique-nos como.

SC

Primeiro que tudo faça uma simulação devida ao circuito que descreveu em vez de colar uma imagem ao calhas, ao adicionar um condensador à saída de uma ponte (o que está representado é rectificação de meia ponte) a corrente na carga irá suavizar, mudando a forma do pico, com um condensador suficientemente grande terá uma tensão "constante" na carga e como tal a corrente também será "constante".
Se o condensador na parte CC do circuito não for suficientemente grande a corrrente na parte CA for "pulsatória" basta que dimensione correctamente um condensador para colocar em paralelo na alimentação CA irá verificar que enquanto a carga estiver a "puxar" uma corrente inferior à corrente média o condensador irá ser carregado com a energia, essa mesma energia será disponibilizada à carga quando esta solicita uma corrente superior à corrente média, em consequência disso a carga que a rede "vê" passa a ser uma carga constante.
O segredo está precisamente no dimensionamento dos escalões de condensadores. As fontes comutadas podem ser complicadas para as baterias de condensadores pela sua grande oscilação de cargas e aí um compensador activo é mais eficaz.
Como disse no meu comentário as grandes fontes de alimentação comutadas da indústria (variadores de velocidade e aparelhos de soldar) de "marca" já trazem correcção activa na sua construção (fazem a correcção directamente na carga poupando assim a carga não só na rede eléctrica nacional como também na rede eléctrica da empresa) porque esta já é uma preocupação da Indústria e dos fornecedores de energia à muitos anos.

P.S.:Só a título de curiosidade a correcção do factor de potência não necessita de ser feita com condensadores, "antigamente" quando os consumidores não a faziam era o próprio fornecedor a fazê-la ao nível das sub-estações, como não era comportável\possível a construção de baterias de condensadores deste tamanho usavam motores para esta função (cargas supostamente inductivas)... E esta Hein...
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: senso em 23 de Janeiro de 2018, 23:47
Motores sem carga, efeito roda livre e tal, e "avançam" o desfasamento.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: artur36 em 24 de Janeiro de 2018, 00:03
Motores sem carga, efeito roda livre e tal, e "avançam" o desfasamento.
Segundo o que me foi explicado/ensinado e ligeiramente demonstrado por um Senhor na electricidade ramo "correntes fortes" no tempo em que ele ainda era novo e projectava sub-estações usavam-se motores síncronos sobre-excitados (se não me falha a memória), para a produção de energia reactiva.
Na realidade era um desperdício de energia ter um compensador síncrono a girar sem carga nenhuma só para produzir a energia reactiva, mas eram os meios mais viáveis á altura.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: artur36 em 24 de Janeiro de 2018, 06:39
Caro Artur36,

Repare que a reactiva não tem sido o que está em, causa mas desvios no factor de potência motivado por consumos não lineares mesmo que em sinusóides. Esse caso, os correctores de factor de potência habituais não resolvem.

Ou resolvem? Se resolverem, explique-nos como.

SC

Quando tiver acabado de fazer a simulação explique-nos como é que a energia reactiva não está em causa, quando por definição o factor potência é o produto entre a potência aparente e a potência activa, e a potência aparente é a soma vectorial da potência activa com a potência reactiva?
Se retirarmos milagrosamente a energia reactiva da equação tempos que o factor potência seria igual ao produto da potência activa com a potência activa, que é o mesmo que fizer que seria igual a um, pelo que não existiria lugar a pagamento de energia reactiva. Sim, se  verifica-se uma factura de uma instalação com um baixo factor potência veria que o que é cobrado é a energia reactiva (KVAr).

(https://lusorobotica.com/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.prolyt.com%2Fwpprolyt%2Fwp-content%2Fuploads%2Fbfi_thumb%2Fprolyt-p8-1-megiuu3d59a0fofakc43j4zqg4tcvslyikbm08a0eu.jpg&hash=42503984cac0bc3e83702781e8229094c12dbb9e)
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 24 de Janeiro de 2018, 08:41
Artur36:
Citar
Primeiro que tudo faça uma simulação devida ao circuito que descreveu em vez de colar uma imagem ao calhas

A imagem é o que resulta exactamente de uma simulação em PSpice.

Citar
o que está representado é rectificação de meia ponte

Se puder explicar esta ...

Citar
a corrente na carga irá suavizar, mudando a forma do pico

Não vai suavizar coisa alguma porque, conforme explicado junto à imagem, o pico é de corrente (intensidade).

A única forma se 'suavizar' o pico (torná-lo mais curto e menos intenso) é baixando  valor do condensador o que aumenta a variação de tensão no condensador.

Não comento o resto do seu texto porque, perante os problemitas que apontei parece-me não fazer sentido.

Volto a chamar a atenção que  que está em causa são fenómenos não resultantes de desfasamentos.

Citar
São correctores activos, que monitorizam a linha e ajustam-se de acordo com a mesma.

Sim. Mas como resolve eles os fenómenos tais como eu os aponto no post inicial?

Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: artur36 em 24 de Janeiro de 2018, 13:21
A imagem é o que resulta exactamente de uma simulação em PSpice.

Citar
o que está representado é rectificação de meia ponte

Se puder explicar esta ...

Citar
a corrente na carga irá suavizar, mudando a forma do pico

Não vai suavizar coisa alguma porque, conforme explicado junto à imagem, o pico é de corrente (intensidade).

A única forma se 'suavizar' o pico (torná-lo mais curto e menos intenso) é baixando  valor do condensador o que aumenta a variação de tensão no condensador.

Não comento o resto do seu texto porque, perante os problemitas que apontei parece-me não fazer sentido.

Volto a chamar a atenção que  que está em causa são fenómenos não resultantes de desfasamentos.

Os enormes problemas que apresenta revelam o seu enorme desconhecimento sobre as leis mais básicas da electricidade.

No circuito Linear que descreve:
...percebo bem.
E quanto a correntes como esta?
(https://1.bp.blogspot.com/-_aICu0kAVWg/WmZHEn6NOmI/AAAAAAAACmg/jRlodufmGRcVb4xtLAMb9jDUrPoQ4eW1QCLcBGAs/s320/Pulsatoria.png)
Traço verde a tensão, vermelho a corrente.

É de uma fonte alimentada a AC com uma ponte, um condensador e uma resistência de carga. A intensidade é medida à saída da ponte.
A corrente na carga depende única e exclusivamente Tensão que é aplicada aos seus terminais e como tal se estabilizamos a tensão como consequência estabilizamos a corrente.

Rectificação de meia ponte é o que está representado claramente para a carga Linear descrita, rectificação de ponte completa é bastante diferente disso. Se não sabe o que é rectificação de meia ponte ou de ponte completa nem vale a pena discutirmos qualquer assunto relacionado com electrónica, é o base dos bases.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: Njay em 24 de Janeiro de 2018, 13:43
A rectificação de meia onda (acho que é isto a que se referem quando dizem "meia ponte") não teria corrente a ser puxada apenas em metade dos impulsos ciclos (os negativos ou os positivos)?
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 24 de Janeiro de 2018, 13:45
Citar
A corrente na carga depende única e exclusivamente Tensão que é aplicada aos seus terminais e

Seus terminais? De que componente?

Citar
como tal se estabilizamos a tensão como consequência estabilizamos a corrente.

Não. O que é estabilizar uma tensão alternada que através de uma ponte alimenta um condensador e uma carga, para obter por essa via uma estabilização de corrente? Onde foi buscar esta? É capaz de dar um exemplo?

Citar
rectificação de ponte completa é bastante diferente disso.

Sim? Perdeu uma boa oportunidade para dar um exemplo.

Citar
nem vale a pena discutirmos qualquer assunto relacionado com electrónica, é o base dos bases.

Pois não. O caro não faz a mínima ideia do que fala. Dispara uns papos para o ar e por aí se fica.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 24 de Janeiro de 2018, 13:46
NJay;
Citar
A rectificação de meia onda (acho que é isto a que se referem quando dizem "meia ponte") não teria corrente a ser puxada apenas em metade dos impulsos (os negativos ou os positivos)?

Pois claro. É o b-a-ba.

SC
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: jm_araujo em 24 de Janeiro de 2018, 13:55
O que eu entendi é que esse diagrama mostra a tensão AC à entrada e a corrente à saida de uma ponte completa ligada a um condensador e com uma carga resistiva ou similar. Por ser ponte completa é que tens corrente nos 2 meios ciclos do AC. E por teres um condensador só tens corrente quando a tensão aos terminais do mesmo cai abaixo da tensão da ponte. Algo assim: Simulação (http://www.falstad.com/circuit/circuitjs.html?cct=$+1+0.000005+4.818269829109882+45+5+43%0Av+144+288+144+128+0+1+50+230+0+0+0.5%0Aw+256+128+144+128+0%0Aw+144+288+208+288+0%0Aw+208+288+208+208+0%0Aw+256+128+304+128+0%0Aw+304+128+304+208+0%0Ad+208+208+256+160+1+0.805904783%0Ad+304+208+256+160+1+0.805904783%0Ad+256+256+208+208+1+0.805904783%0Ad+256+256+304+208+1+0.805904783%0Ar+416+176+416+256+0+1000%0Ac+368+176+368+256+0+0.00009999999999999999+223.29984806001008%0Aw+256+256+368+256+0%0Aw+368+256+416+256+0%0Aw+368+160+368+176+0%0Aw+368+160+416+160+0%0Aw+416+160+416+176+0%0Aw+256+160+368+160+0%0Ao+0+16+0+4103+320+3.2+0+2+17+3%0A)

Apesar que agora que meti no simulador verifico que a forma da corrente está um bocado diferente e não sei bem como o SerraCabo conseguiu aquele resultado. Mas para a discussão vai dar ao mesmo.

Quanto a factor de potências e PFC, sei o suficiente mas não tanto que consiga entrar na discussão. Mas achei que o artigo da wikipédia está bastante completo, cobrindo muito do que já por aqui se disse: https://en.wikipedia.org/wiki/Power_factor
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: Njay em 24 de Janeiro de 2018, 14:29
A forma exacta da onda de corrente à saída da ponte depende da carga e do valor de capacidade do condensador.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 24 de Janeiro de 2018, 14:38
Citar
Apesar que agora que meti no simulador verifico que a forma da corrente está um bocado diferente e não sei bem como o SerraCabo conseguiu aquele resultado.

Se aumentar substancialmente o valor do condensador, diminui o ripple, centra mais o pico de intensidade, aumenta a intensidade de pico e a intensidade fica com menos pinta de dente de serra.

Mas, como diz e bem, para o caso é pouco relevante, razão pela qual quando simulei o circuito de que resulta o gráfico, devo ter exagerado, sem me preocupar, o valor do condensador.

Entretanto a malta vai dizendo que as fontes são agora produzidas para não fazerem aquele espalhafato e eu registo essa possibilidade. Não tenho essa exacta impressão mas ficarei atento.

SC
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: Njay em 24 de Janeiro de 2018, 14:49
Já agora, o circuito original do 1º post não tem um factor de potência de aproximadamente 1? A corrente está grosso modo sincronizada com a tensão...
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: jm_araujo em 24 de Janeiro de 2018, 15:06
Para o caso e pelo que entendi pelo artigo da wikipedia, nesses casos o importante é o factor de distorção em vez do factor de potência, que como já foi dito os PFCs corrigem hoje em dia.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: SerraCabo em 24 de Janeiro de 2018, 16:07
Citar
o importante é o factor de distorção

É uma espécie das duas faces da mesma moeda. Mas sim. Quem apanha com a distorção (que ele próprio os outros geram) vê-se em palpos de aranha quando usa equipamentos mais ou menos motorizados (motores eléctricos) convencionais.

A conversa inicial ia pela minha lacuna sobre a abordagem deste tipo de encrenca no mundo da medição do factor de potência.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: artur36 em 24 de Janeiro de 2018, 22:25
Citar
A corrente na carga depende única e exclusivamente Tensão que é aplicada aos seus terminais e

Seus terminais? De que componente?

Se voltar a ler o excerto em que destaquei a bold acima verá que diz lá claramente que é aos terminais da carga,
No circuito Linear que descreve:
...percebo bem.
E quanto a correntes como esta?
(https://1.bp.blogspot.com/-_aICu0kAVWg/WmZHEn6NOmI/AAAAAAAACmg/jRlodufmGRcVb4xtLAMb9jDUrPoQ4eW1QCLcBGAs/s320/Pulsatoria.png)
Traço verde a tensão, vermelho a corrente.

É de uma fonte alimentada a AC com uma ponte, um condensador e uma resistência de carga. A intensidade é medida à saída da ponte.
A corrente na carga depende única e exclusivamente Tensão que é aplicada aos seus terminais e como tal se estabilizamos a tensão como consequência estabilizamos a corrente.

Refere que a corrente é que medida à saída da ponte logo a carga que define a corrente é a resistência, e como esta é dada por I=U/R se a resistência é fixa logo a corrente depende unicamente da tensão aplicada aos terminais da resistência.

Citação de: SerraCabo
Citar
como tal se estabilizamos a tensão como consequência estabilizamos a corrente.

Não. O que é estabilizar uma tensão alternada que através de uma ponte alimenta um condensador e uma carga, para obter por essa via uma estabilização de corrente? Onde foi buscar esta? É capaz de dar um exemplo?

Repare que a reactiva não tem sido o que está em, causa mas desvios no factor de potência motivado por consumos não lineares mesmo que em sinusóides. Esse caso, os correctores de factor de potência habituais não resolvem.
Ou resolvem? Se resolverem, explique-nos como.
SC

Primeiro que tudo faça uma simulação devida ao circuito que descreveu em vez de colar uma imagem ao calhas, ao adicionar um condensador à saída de uma ponte (o que está representado é rectificação de meia ponte) a corrente na carga irá suavizar, mudando a forma do pico, com um condensador suficientemente grande terá uma tensão "constante" na carga e como tal a corrente também será "constante".

Volto a repetir o condensador à saída da ponte rectificadora é lá colocado para estabilizar a tensão DC eliminando a forma de meia-onda e aproximando a tensão de um valor constante, se a tensão é constante a corrente a atravessar a carga é também ela constante.

Citação de: SerraCabo
Citar
rectificação de ponte completa é bastante diferente disso.
Sim? Perdeu uma boa oportunidade para dar um exemplo.

Citar
nem vale a pena discutirmos qualquer assunto relacionado com electrónica, é o base dos bases.

Pois não. O caro não faz a mínima ideia do que fala. Dispara uns papos para o ar e por aí se fica.
Aqui está um erro efectivamente meu na análise do gráfico apresentado, o gráfico apresenta efectivamente corrente nas duas metades da onda de origem revelando a rectificação de ponte\onda completa.

Errar e saber reconhecer os erro é na verdade muito diferente de não fazer a mínima ideia do que falo.
Título: Re: Medição de factor de potência em intensidades não sonusoidais
Enviado por: artur36 em 24 de Janeiro de 2018, 22:40
O que eu entendi é que esse diagrama mostra a tensão AC à entrada e a corrente à saida de uma ponte completa ligada a um condensador e com uma carga resistiva ou similar. Por ser ponte completa é que tens corrente nos 2 meios ciclos do AC. E por teres um condensador só tens corrente quando a tensão aos terminais do mesmo cai abaixo da tensão da ponte. Algo assim: Simulação (http://www.falstad.com/circuit/circuitjs.html?cct=$+1+0.000005+4.818269829109882+45+5+43%0Av+144+288+144+128+0+1+50+230+0+0+0.5%0Aw+256+128+144+128+0%0Aw+144+288+208+288+0%0Aw+208+288+208+208+0%0Aw+256+128+304+128+0%0Aw+304+128+304+208+0%0Ad+208+208+256+160+1+0.805904783%0Ad+304+208+256+160+1+0.805904783%0Ad+256+256+208+208+1+0.805904783%0Ad+256+256+304+208+1+0.805904783%0Ar+416+176+416+256+0+1000%0Ac+368+176+368+256+0+0.00009999999999999999+223.29984806001008%0Aw+256+256+368+256+0%0Aw+368+256+416+256+0%0Aw+368+160+368+176+0%0Aw+368+160+416+160+0%0Aw+416+160+416+176+0%0Aw+256+160+368+160+0%0Ao+0+16+0+4103+320+3.2+0+2+17+3%0A)

Apesar que agora que meti no simulador verifico que a forma da corrente está um bocado diferente e não sei bem como o SerraCabo conseguiu aquele resultado. Mas para a discussão vai dar ao mesmo.

Quanto a factor de potências e PFC, sei o suficiente mas não tanto que consiga entrar na discussão. Mas achei que o artigo da wikipédia está bastante completo, cobrindo muito do que já por aqui se disse: https://en.wikipedia.org/wiki/Power_factor
Araújo obrigado pela simulação que ajudou a perceber os meus erros de interpretação, efectivamente a corrente é como dizes se medida à saída da ponte, eu estava a pensar unicamente na corrente na resistência que circula apenas no circuito formado pela resistência e pelo condensador, essa corrente na resistência é efectivamente "constante". A corrente que circula entre a ponte rectificadora e o condensador é efectivamente a apresentada no post inicial.
Simulação com o plot das duas correntes onde se percebe a diferença (http://www.falstad.com/circuit/circuitjs.html?cct=$+1+0.000005+4.818269829109882+45+5+43%0Av+144+288+144+128+0+1+50+230+0+0+0.5%0Aw+256+128+144+128+0%0Aw+144+288+208+288+0%0Aw+208+288+208+208+0%0Aw+256+128+304+128+0%0Aw+304+128+304+208+0%0Ad+208+208+256+160+1+0.805904783%0Ad+304+208+256+160+1+0.805904783%0Ad+256+256+208+208+1+0.805904783%0Ad+256+256+304+208+1+0.805904783%0Ar+416+176+416+256+0+1000%0Ac+368+176+368+256+0+0.00009999999999999999+223.29984806001008%0Aw+256+256+368+256+0%0Aw+368+256+416+256+0%0Aw+368+160+368+176+0%0Aw+368+160+416+160+0%0Aw+416+160+416+176+0%0Aw+256+160+368+160+0%0Ao+0+16+0+4103+320+3.2+0+2+17+3%0A)
P.S.: gostei do simulador e do pormenor de dar para partilhar um link já com a simulação a correr.