"A experiência conhecida mais longa da história da ciência, conhecida como “gota de betume” (pitch drop experiment) terá novidades nos próximos dias. Espera-se que a chegada de uma nova gota, a primeira desde 2000 e a nona desde 1927, ano em que Thomas Parnell iniciou o estudo.
Com esta experiência, que consiste numa ampola com betume dentro, Parnell queria demonstrar aos seus alunos que algumas substâncias que parecem sólidas, como é o caso, são na verdade fluídos com alta viscosidade. O estudo é, nos dias de hoje, uma curiosidade.
No início, a experiência não se realizou sob condições atmosféricas controladas, o que permitiu flutuações de temperatura, fazendo com que a viscosidade do material variasse ao longo do tempo.
Em 1988, foi instalado ar condicionado na divisão onde se encontra o frasco, na Universidade de Queensland (Austrália). Não existe uma frequência constante em relação à queda das gotas. A primeira caiu em 1938, as seguintes sete em 1947, 1955, 1962, 1970, 1979, 1988 e 2000.
John Mainstone , o cientista encarregado de vigiar a experiência, explicou à BBC que viu já várias gotas “em gestação”. A comunidade científica está assim à espera da queda da gota durante os próximos dias.
A investigação, que se encontra exposta ao público na universidade, manteve-se ao longo dos anos porque “queremos sempre saber mais sobre alguma coisa fora do comum”, diz investigador, acrescentando que o mais interessante da experiência “podem ser os dois ou três segundos imediatamente anteriores à queda da gota”.
Nas fases mais recentes, a gota está pendurada a quatro fibras. “Num determinado momento, uma delas vai ceder, o que criará uma situação instável, e assim que as outras cedam, a gota cai”, explica. O acontecimento será gravado por várias câmaras que estão já a transmitir em directo através da Internet. Para acompanhar a experiência aceder à página da Universidade de Queensland, aqui."
In: Ciência Hoje
Tal e qual como se conta, que nuns mosteiros antigos quando foram retirar os vitrais, repararam que estes eram mais espessos na sua base do que no topo.