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Autor Tópico: Preparar bancada de testes  (Lida 26202 vezes)

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Offline artur36

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #60 em: 07 de Setembro de 2017, 23:00 »
A grande diferença entre o homem e a andorinha é que o homem encontra-se num estágio muito mais avançado da evolução:
- Desenvolveu sistemas de escrita que permitem um registo eficaz dos conhecimentos/regulamentos alcançados independentemente do indivíduo que os alcançou.
 - Desenvolveu desde muito cedo mecanismos que permitem a transmissão dos conhecimentos a um elevado número de indivíduos (entenda-se todo o tipo de escolas e sistemas de ensino) e a partilha de informação de maneira instantânea à grande maioria dos indivíduos da espécie.
- Desenvolveu sistemas de hierarquia e sociedade muito mais avançados que os existentes no restante reino animal que permitiu forçar, dentro de certa medida, o cumprimento dos regulamentos com vista a evitar que elevado número de indivíduos da espécie ignorassem por completo todos os regulamentos e normas de segurança colocando em elevado risco a sua sobrevivência e a da espécie.
- Como sabe que os regulamentos e medidas de segurança não são imutáveis e devem evoluir na mesma medida em que evoluem todas as condicionantes do meio em que vivemos está constantemente à procura de novos riscos e de como os eliminar, bem como de novas formas de segurança com vista a reduzir\eliminar os riscos "antigos" e regularmente produz novos regulamentos ou actualiza os já existentes de forma a incorporar estes conhecimentos. Por este último motivo é que já à muitos anos não faz qualquer sentido a expressão
Citar
.. uma das melhores regras que vi até hoje é manter sempre uma mão atrás das costas/no bolso quando se lida com tensões altas.
, ela até poderia ser válida quando não existiam de forma disseminada outras formas de segurança activa, com a evolução dos conhecimentos foram encontradas formas mais eficazes de segurança activa e com a sua incorporação nos regulamentos garantimos um nível de segurança base superior a esse.

Mas infelizmente apesar de toda esta evolução existem ainda indivíduos na espécie que insistem em ignorar os conhecimentos acumulados pelo que os Darwin Awards vão se manter por cá.

Offline artur36

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #61 em: 08 de Setembro de 2017, 00:04 »
Regulamentos, regras de segurança e segurança são coisas extremamente conflituosas, em particular regras de segurança muito compartimentadas. Neste caso, a razão é simples: quanto mais compartimentam mais casos ficam de fora. A compartimentação da regulamentação (em particular no caso da segurança) tende a criar cada vez mais ruído à medida que se torna mais pormenorizada.
É justamente o regulamento que transforma o medo em teoria do medo que o regulamento garante acautelar.

Novamente a insistir num argumento que por várias vezes já refutei atrás, aqui fica novamente destacado a ver se desta não é ignorado,
Os regulamentos\normas\leis de segurança no trabalho são claros e não deixam margem para dúvidas quando dizem que:
-  O técnico é o responsável número um pela sua segurança e pela segurança do trabalho a desenvolver.
 -  Qualquer pessoa que se predisponha (ou seja mandado) a realizar um trabalho deve dispor de todos os conhecimentos técnicos e do estado da arte (não basta ter conhecimento das técnicas\normas\medidas de segurança à 50 anos atrás, tem de manter estes conhecimentos actualizados) necessários para a realização do trabalho em questão, devendo abster-se de o realizar se não dispuser destes conhecimentos sem que possa sofrer qualquer tipo de penalização por isso.
 -  Qualquer pessoa que se predisponha (ou seja mandado) a realizar um trabalho deve encontrar-se em condições físicas e psíquicas para realizar o mesmo devendo abster-se de realizar o trabalho sem que possa sofrer qualquer tipo de penalização por isso.
 -  O técnico enquanto responsável máximo da segurança para si e para terceiros do trabalho a desenvolver deve assegurar o cumprimento de todas as medidas de segurança antes de iniciar o trabalho, caso estas condições não se encontrem reúnidas deve abster-se de realizar o trabalho não podendo em momento algum sofrer qualquer tipo de represália por esta decisão.


Citar
e consciente do que esta a fazer
A fronteira entre consciência e excesso de consciência (também chamado excesso de confiança porque se trata de confiança na consciência) é que permite ao gato apanhar o pássaro.
A coisa pior que se pode ouvir é esta: se fizerem tudo certinho core tudo bem.

Do dicionário Priberam:
Citar
cons·ci·ên·ci·a
(latim conscientia, -ae)
substantivo feminino
1. Faculdade da razão julgar os próprios actos ou o que é certo ou errado do ponto de vista moral.

"consciência", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/consci%C3%AAncia [consultado em 07-09-2017].

con·fi·an·ça
substantivo feminino
1. Coragem proveniente da convicção no próprio valor.

"confiança", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/confian%C3%A7a [consultado em 07-09-2017].

Apesar de parecerem sinónimos não o são, consciência implica a capacidade de julgar os próprios actos, a confiança é apenas a fé de que esses actos estão correctos face aos nossos conhecimentos.
O verdadeiro problema é o défice de consciência que induz a excesso de confiança:
-  Se tenho défice de consciência não consigo julgar a validade dos meus actos ou conhecimentos (não tenho pensamento crítico sobre eles assumindo à partida que são certos) com isto tenho excesso de confiança pois acredito que os meus actos\conhecimentos são correctos sem nunca os pôr em causa mesmo após a evolução do mundo e consequentes mudanças na técnica aplicável à electricidade por exemplo.
-  Se tenho Consciência (não faz qualquer sentido em falar em excesso de consciência pois esta é só a capacidade de julgar, não existe excesso de capacidade de julgar) nas condições de segurança, nos meus conhecimentos e nas minhas capacidades sou capaz de julgar a sua validade para o trablho em questão e como tal o discernimento (do mesmo dicionário:Discernimento:Faculdade de discernir; Discernir:Avaliar bem) para saber se existem condições de segurança e quais as medidas a adoptar para alcançar essa segurança antes de iniciar o trabalho e durante a execução do mesmo. Como tal posso ter uma boa confiança nos meus conhecimentos\actos.
 -  Nos dias de hoje todas as pessoas com mais de 10 anos garantidamente que sabem que a electricidade pode mater pelo que se tiverem falta de confiança por norma não fazem o trabalho não existindo portanto risco.

Citar
Se fizerem tudo certinho core tudo bem.
Se fizerem tudo certinho só iniciam o trabalho se:
 - Tiverem os conhecimentos para isso, conhecimentos dos riscos inerentes ao trabalho e conhecimento das medidas de segurança a adoptar para eliminar ou reduzir esse risco.
 - Garantirem a segurança para si e para terceiros, eliminando os riscos onde tal é possível, verificando se existem condições de segurança já implementadas e implementando as medidas de segurança em falta e necessárias para o trabalho em causa.
 - Se encontram em condições físicas e psíquicas para realizar o trabalho em questão.
Após iniciar o trabalho vão continuar a garantir as condições de segurança adaptando o trabalho sempre que necessário. Ao mesmo tempo que aplicam todas as normas\regulamentos técnicos bem como as indicações dos fabricantes ou outras relevantes aplicáveis ao trabalho em causa.

Se fizerem tudo isto garantidemente que se algo correr mal (existe sempre essa possibilidade pois nunca se consegue eliminar todos os riscos) as consequências desse incidente serão as menores possíveis.

Offline artur36

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #62 em: 08 de Setembro de 2017, 00:13 »
Já agora, que cargas mecânicas (electromecânicas, etc) se usam por aí para testar motores em esforço (digamos, até 5hp)? E, como variar a carga mecânica (esforço ao veio)? Ou isso já só se faz para motores tipo elefante?
Muitos gajos que substituem motores me dizem que são frequentes os casos em que o enrolamento 'encosta' apenas numa dada banda de esforço. Sem esse tipo de teste consegue-se perceber que se pode relativamente confiar num motor?

É uma boa questão, nunca estive profissionalmente ligado à reparação de motores propriamente dita, sempre que de tais reparações necessitei recorri a serviços externos e nunca acompanhei presencialmente a reparação pelo que não se se fazem esse tipo de testes. No laboratório de máquina eléctricas onde realizei alguns ensaios com fins académicos a motores de pequena dimensão onde usávamos um freio eléctrico regulável para simular várias condições de carga.

Offline SerraCabo

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #63 em: 08 de Setembro de 2017, 00:26 »
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ainda indivíduos na espécie que insistem em ignorar os conhecimentos acumulados

Nos funerais discute-se como há gajos que pensam que os conhecimentos acumulados são garantias. Normalmente explica-se com a imperfeição da espécie quando, na hora H, um gajo faz, com a maior naturalidade, exactamente aquilo que está farto de saber que é fatal.

Parece que os defuntos dos funerais dos quais essas conversas surgem, desconhecesses (em vida), por não estar sabe-se lá em que regulamento, que Darwin afirmava que a tal evolução ainda estava em marcha, que as bruxas continuavam à solta e os gatos também. Curioso até que a andorinha tenha morrido por causa do malandro do braço do gato (malandro do braço, não do gato) porque a minha teoria diz que deveria ser o gato a morrer.

Outros dizem que o destino está traçado, mas não se sabe onde.

Duplamente curioso, anda por aí um vidente que garante que adivinha o futuro mas que (Darwin? - ele não explica) não lhe é permitido que diga qual será esse futuro. Esse vidente deixará Matusalém a um canto por via dos conhecimentos não só já acumulados até pelo comum mortal, mas ainda pelos que ele e só ele conhece já existirem no futuro. Pena é que nada queira com a electricidade.

Coisas.

E aquelas coisas espantosas em que gajos morrem por tentarem salvar a vida aos que meteram a mão, desnecessária e inadvertidamente, onde estavam fartos de saber que lhes seria mortal. Culpa da andorinha ou do regulamento que não estipula que não se deve tentar salvar quem está em apertos?  Gostaria Darwin de pregar partidas?

Offline LVirtual

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #64 em: 08 de Setembro de 2017, 08:22 »
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E aquelas coisas espantosas em que gajos morrem por tentarem salvar a vida aos que meteram a mão, desnecessária e inadvertidamente, onde estavam fartos de saber que lhes seria mortal. Culpa da andorinha ou do regulamento que não estipula que não se deve tentar salvar quem está em apertos?  Gostaria Darwin de pregar partidas?

Mais uma vez culpa da estupidez de quem mete a mao para tentar salvar outro e quiçá falta de instinto de sobrevivencia. Até porque aquilo que referes como excesso ou falta de consciencia e ou de confiança nao passa de simples falha de instinto de sobrevivencia.

É curioso que se for a roupa da pessoa a arder, vao a correr com agua ou uma manta para tentar apagar o fogo.
Porque é que nao vao la com as maos apagar as chamas do braço da pessoa?
Porque o fogo é visivel e ja sabem que queima a pele.
Mas num choque electrico vao la com a mão porque como  a electricidade nao é imediatamente visivel cometem a estupidez de ir lá com a mão.
Porque é a tal coisa, aquilo que nao vejo nao existe e se nao existe nao me faz mal.

O Pior Cego é Aquele que NAO Quer VER.

Acho que ja tinha dito algo semelhante mais atras... :)

E voltando ao tema incial no teste de motores.

Eu ja tive que reparar muitos motores de barreiras electricas, dos outros para usos simples de maquinas industriais muito raramente mexi. Ha diferencas grandes entre uns e outros, porque regra geral os motorres das barreiras automaticas sao construidos com o motorreductor incorporado na propria caixa do motor.
Na maior parte dos casos o motoredutor nao passa dum veio sem fim e uma roda desmultiplicadora.

Nas barreiras mais antigas, digamos 20 anos para tras, muitas delas tinha motores trifasicos 400V, esses até eram maioritariamente fabricados pela siemens e eram iguais aos que se aplicavam noutra maquinaria industrial.

Esses muito raramente avariavam, muito raramente mesmo. Os poucos que abri, eram os fios de alimentaçao que ligavam nas pontas das bobines que as vezes eram mal acondicionados no fabrico e o isolamento começava ficar ratado por via do movimento do rotor. Nesses casos os motores faziam disparar os diferenciais de alimentaçao das barreiras e muito facilmente chegava la por exclusao de partes verificadas.
Nos mais recentes que mexi o teste de esforço era feito na propria barreira e com atençao ao ruido produzido, como nao tinha medidores para alem do amperimetro, se tivesse duvidas no ruido produzido a funcionar, metia-lhe a sonda amperimetrica a ver se ultrapassava os valors definidos pelo fabricante.

Quando se trabalha muitos anos com maquinas motorizadas, o ruido produzido pelos motores fica em memoria e muito raramente ha dois ruidos iguais. depende muito da caixa, ou maquina onde esta montado o motor.

Ja agora deixo aqui um guia muito completo sobre espicificaçoes de motores eletricos que deve dar jeito a alguem:

https://www.dropbox.com/s/nvuluhlmr89cbeu/Guia%20de%20especificacao%20de%20motores%20eletricos.pdf?dl=0

Em relaçao a acidentes serios no curriculo profissional SerraCabo, posso te dizer que tenho apenas um enquanto profissional, e que foi aquele que ja falei aqui do esticao trifasico que apanhei e que se calhar tivesse durado mais uns segundos teria morrido, tera sido sorte ou apenas o instinto de sobrevivencia automatico a funcionar, nunca o saberei dizer. Tambem tinha acabado de fazer 15 anos nessa altura, tirando isso tive outro acidente por estupidez minha mas ainda era mais novo tinha 13 anos e nas ferias da escola fui trabalhar para uma tipografia dum familiar meu. ao fim de dois meses ja trabalhava com maquinas maiores que eu, e depois no trabalho mais simples de todos, ajudar o oficial a aparar envelopes na guilhotina estando da parte de tras da lamina a ageitar os envelopes começei a ficar fascinado pelo movimento da lamina e deu-me para ir por o dedo indicador esquerdo numa reentracia da lamina porque achei que essa parte era segura. pois... nao era. fiquei com menos uns milimetros do dedo e da unha e nunca mais vao crescer. A parte mais dolorosa nem foi essa, foi depois a microcirurgia a frio no Hospital de Santa Maria.
Posso dizer que a partir dai nunca mais tive acidentes dignos de nota, tirando um ou outro corte na pele por lidar com chapas metalicas tanto em serralharia como noutras actividades.
Mesmo assim ja perto dos 20 anos trabalhei numa fabrica de portoes na serralharia cortava chapas de 2,5 metros sozinho e nunca me aleijei nem a cortar nem a quinar nem a soldar, havia la um encarregado ja com mais de 20 anos de casa, passa o tempo a entalar os dedos na guilhotina.
Era dos tais que dizes terem excesso de confiança e falta de consciencia.
Tem sido muitos anos a trabalhar com maquinas perigosas de todo o tipo e sempre tive consciencia desse perigo, e na electricidade entao mais consciencia tenho de que ela mata.

"Nao a vejo, mas que mata, mata."
"O defeito mais grave dos humanos, aquele que coloca mais obstáculos à sua evolução, é a crença profundamente arreigada na infalibilidade dos seus raciocínios e dos seus pontos de vista."

Offline SerraCabo

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #65 em: 08 de Setembro de 2017, 10:43 »
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Mais uma vez culpa da estupidez de quem mete a mao para tentar salvar outro e quiçá falta de instinto de sobrevivencia.

Imprima numa placa, ponha ao peito, apresente-se aos colegas de trabalho com ela e verá o efeito bombástico-darwiniano da afirmação.

Offline SerraCabo

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #66 em: 08 de Setembro de 2017, 11:12 »
A tendência humana, instintiva, é de procurar o máximo de pontos de apoio para execução de algo que requer precisão mecânica. O soldador, por exemplo, apoia o cotovelo e instala, quando pode, prumos para se encostar.

Quando se uma máscara de soldar de segurar na mão, tem-se a desvantagem de perder um ponto de apoio porque a mão da máscara está ocupada. Logo que se usa uma máscara de enfiar na cabeça, a mão fica livre para ajudar a dar estabilidade ao corpo. Mas a máscara de mão tem duas vantagens durante a aprendizagem: evita que o gajo deixe a mão onde de pode queimar ou apanhar demasiada radiação, e obriga-o a treinar a estabilidade corporal sem o auxílio daquele braço. Logo que começa a entrar nos carris, usa a máscara de enfiar na cabeça (só recentemente recebi uma, mecânica, como prenda e comprei outra electrónica - coisa espectacular).

O gajo que trabalha com tensões médias (das altas nem quero saber), em particular ao início, é frequentemente vítima da natural tendência de procurar estabilidade corporal com a mão esquerda encostada algures. Ainda por cima, esse encosto por si não é o problema mas a conjugação ente os locais onde está a mão esquerda e direita pode bem ser.

Conseguir contrariar a tendência natural para não usar uma das mãos apenas para obter estabilidade requer treino mas, e primeiro lugar, é preciso que o gajo saiba que tal coisa é uma regra de segurança que, como todas, deve ser pensada em cada caso.

Todas as regras de segurança (escritas ou não) são importantes desde que nos consigamos lembrar delas (os pilotos têm check-lists) e consigamos discernir a quais recorrer a cada momento (coisa frequentemente difícil).

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começei a ficar fascinado pelo movimento da lamina

Aí está uma coisa terrível que atinge não apenas os novos. O "fascínio" (diz bem) de algumas coisas. Há milhares  de soldadores que ao apagar o maçarico (acetileno) gostam de o fazer da forma mais estridente possível potenciando a força do estalo que, podendo ser evitado, nem sempre se consegue evitar. Há uma norma que diz que o maçarico tem que ter válvulas para evitar efeitos secundários desse estalo . Mas todos uns anos uns quantos voam com a garrafa de acetileno e as válvulas à estratosfera.

Quer esteja quer não esteja na norma, a coisa mantêm-se. Se trabalha em electricidade,mantenha, tanto quanto possível, a mão esquerda (quem não for canhoto) no bolso ou atrás das costas enquanto trabalha.

Era eu puto e o meu avô vendo-me a tentar trepar a uma árvore disse-me: tens dois pés e duas mãos. Desse conjunto, 3 têm que esta apoiados enquanto o 4º membro muda de posição. Ainda hoje faço isso quando subo a uma escada ou escadote. A árvores, já vai sendo difícil, mas ainda vai indo.

Offline LVirtual

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #67 em: 08 de Setembro de 2017, 17:03 »
SerraCabo, começando pelo fim, eu actualmente ja nao porque nao preciso, mas aqui ha meia duzia de anos atras quando tinham um trabalho bastante pesado para fazer, nao estou a falar de algum trabalho pontual, era mesmo o meu trabalho no dia a dia, muitas vezes se tivesse uma terceira mão ate essa subia comigo ao escadote com alguma coisa agarrada. quando se faz trabalhos de montagem de portas automaticas como eu fazia, temos que aprender subir ao escadote sem maos e as vezes ate sem pés dava jeito. e muito raramente era para subir apenas um metros, muitas vezes era para subir 2,3,4 metros com uma perfuradora numa mao e um motor na outra e aprender a segura-lo com o ombro enquanto as duas maos estao ocupadas a marcar e furar o tecto para o fixar.

Pois, trabalhar em 3 dimensoes nao é para todos, porque nao era só ficar quietinho aprumado com o escadote a fazer furos no tecto, era estar a alterar constantemente as variaveis que contribuem para o centro de gravidade do conjunto homem/escadote.

Mas isso tambem contava muito com a qualidade do escadote e do local em termos de segurança.
Tive trabalhos com determinados escadotes que aos 50 cms de altura ja estava superconcentrado no meu equilibrio corporal, noutras alturas trabalhava a 5 ou 6 metros e ate a 12 metros de altura ja trabalhei e sempre estive na boa, sempre me senti seguro.

Para algumas pessoas um paraquedas é 1000% seguro, para outras ate 2 degraus de 20 centimetros é uma catastrofe. Essa parte tem tudo a ver com a noçao de equilibrio e segurança natural da pessoa. se formos a ver bem nem o proprio planeta é seguro. algum dia pode quebrar pelo meio se a lua cair por falta de gravidade... ;)

E se calhar por isso é que nao preciso de procurar estabilidade natural trabalhando apoiado a algo, nunca precisei. felizmente semrpe tive um bom equilibrio e uma perfeita noçao disso.

De qualquer maneira de todos os trabalhos que efectuei ate hoje que de alguma forma impliquem ligar cabos em carga num qualquer quadro uso sempre mais proteçoes que se calhar o pessoal das turbinas das barragens. ;)

muito raramente ligo um fio ou um cabo num quadro em carga, so o faço se nao tiver hipotese nenhuma de desligar a alimentaçao de todo o quadro. por isso nao dava para trabalhar nas altas tensoes. Eu sei que é seguro andar pendurado nos cabos de alta tensao, mas acho que nunca me iria arriscar mesmo que me pagassem fortunas para o fazer... nao sei...

Quando faço algum trabalho de natureza electrica preciso sempre das duas mãos, nunca nenhuma delas fica ociosa. Dizer que se faz tudo so com uma mao acho que nao é verdadeiro.

Ainda esta manha e parte da tarde estive de volta de uma barreira automatica que tem estado com problemas de funcionamento e usei semrpe as duas maos para tudo, ou era a segurar as duas pontas do multimetro, ou era uma a segurar o fio e a outra apertar com a chave de fendas...

quando muito raramente tenho alguma das maos livres usua para segurar aquele canudinho que deita fumo ;)
ajuda a manter os neuronios alinhados com o problema.

mesmo ha 30 anos atras quando trabalhei na serralharia dos portoes basculantes, eu tinha sempre as duas maos ocupadas a trabalhar. nunca tive nenhuma das maos ociosa, por isso dizerem que se deve manter a mao atras das costas para mim é sinonimo de calanzice...

so quem nao trabalha é que nao sabe onde por as maos.
esta frase sim, ouvi eu muitas vezes antigamente.

desculpa mas nessa tua regra continuo a achar que estas errado,
em qualquer trabalho manual as duas maos estao sempre ocupadas, so no trabalho de escritorio ou de socializaçao nas redes sociais é que uma das maos nao tem nada para fazer a nao ser coçar a micoze...

Quando estas a soldar seja com electrodos ou outros materias, tens sempre as duas maos ocupadas e regra geral ate hoje nao conheci nenhuma oficina que tivesse a maquina tig ou de electrodos num cantinho da parede, ate porque nao da jeito nenhum para soldar estruturas grandes. em todas as oficinas que trabalhei e entrei. tanto as maquinas de soldar como as de corte ou estao a meio da parede ou no meio do armazem. nunca estao em sitios apertados ou cantinhos onde a pessoa possa cair e levar o cabo de alimentaçao da maquina numa mao e encostar-se ha outra.

muito sinceramente a quem acontece isso so tem o que merece por nao saber seguir regras simples.
Isso nao passa da lei da selecção natural a funcionar ;)

E muito sinceramente nao sei se "O gajo que trabalha com tensões médias, em particular ao início, é frequentemente vítima da natural tendência de procurar estabilidade corporal com a mão esquerda encostada algures." sera assim tao verdade. Pura e simplesmente nao acredito nisso, porque tudo o que vi e vivi ate ao momento me diz exactamente o contrario.
Em qualquer trabalho, quem passa o tempo á procura de algo para se apoiar é tendencialmente calão para mim.
à primeira oportunidade ja ha-de estar a trabalhar sentado, mesmo que isso seja contraproducente em relaçao á segurança.
Os putos novos quando começam a trabalhar tem muita tendencia para isso, como ja vi, mas os que aprenderam a trabalhar ao meu lado estavam sempre a ouvir-me precisamente por isso.
Tirando aquela vez do fascinio pela lamina da guilhotina e se calhar tambem por causa disso, sempre ao longo da minha vida tive consciencia do perigo do meio envolvente.
Tambem se calhar por isso é que consigo fazer certo tipo de trabalhos que para uma boa parte dos trabalhadores é impensavel. :)
"O defeito mais grave dos humanos, aquele que coloca mais obstáculos à sua evolução, é a crença profundamente arreigada na infalibilidade dos seus raciocínios e dos seus pontos de vista."

Offline SerraCabo

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #68 em: 08 de Setembro de 2017, 19:04 »
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Em qualquer trabalho, quem passa o tempo á procura de algo para se apoiar é tendencialmente calão para mim.




Aqui tem um desses preguiçosos.

Não faltam neste canal vídeos em que o gajo ensina como congeminar pontos de apoio, onde apoiar a mão, o braço, as costas, a ilharga, etc, para ser um perfeito preguiçoso.

Aqui, outro malandro desses:


Offline artur36

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #69 em: 08 de Setembro de 2017, 20:03 »
Realmente os gatos estão presentes em tudo, este seu post é mais um que me faz lembrar como o Ricardo Araújo Pereira tinha razão na publicidade para aqueles calões da operadora de telecomunicações que o estado criou, sim porque os estado só serve para isso criar calões\regras e regulamentos para encher os bolsos dos capitalistas., se calhar ninguém lhe deu o devido valor prlo fato de aviador....

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ainda indivíduos na espécie que insistem em ignorar os conhecimentos acumulados

Nos funerais discute-se como há gajos que pensam que os conhecimentos acumulados são garantias. Normalmente explica-se com a imperfeição da espécie quando, na hora H, um gajo faz, com a maior naturalidade, exactamente aquilo que está farto de saber que é fatal.

Precisamente é isso que acontece vezes de mais, está farto de saber que é fatal, possui enormes conhecimentos acumulados que lhe garantem que é fatal, as leis\regulamentos da física dizem-lhe que é fatal, as leis\regulamentos que o homem teve de criar para evitar ainda mais acidentes, mas mesmo assim prefere fazer o mesmo que você advoga ou seja não dar valor a todas essas "vozes" que lhe dizem para não meter a mão num cabo energizado ou numa serra por exemplo, dizer claramente que se tiver a mão atrás das costas está safo pelo que até pode não desligar a allimentação eléctrica (não dá jeito desligar o disjuntor com a mão que está livre atrás das costas) ou retirar as protecções da serra porque estas estorvam bastante quando se está a trabalhar com uma só mão.

Mas claro que a culpa é das leis\regulamentos do homem que quando lhe dizem que vai morrer se fizer tal coisa estão na realidade a dar-lhe uma falsa sensação de segurança.

Citar
Parece que os defuntos dos funerais dos quais essas conversas surgem, desconhecesses (em vida), por não estar sabe-se lá em que regulamento, que Darwin afirmava que a tal evolução ainda estava em marcha, que as bruxas continuavam à solta e os gatos também. Curioso até que a andorinha tenha morrido por causa do malandro do braço do gato (malandro do braço, não do gato) porque a minha teoria diz que deveria ser o gato a morrer.

Só é pena que já está à muito nos regulamentos\normas\estado da arte (conhecimentos acumulados da ciência) à larga dezena de anos que a evolução está em constante marcha.
Novamente a andorinha, também é pena que continue a insistir neste argumento quando atrás demonstrei por A+B que nessa fábula a andorinha morreu precisamente porque decidiu ignorar as leis\regulamentos que a natureza implantou na sua espécie (neste caso podemos considerar que essas leis\regulamentos já existem à milhares de anos) que lhe dizem que se voar ao se colocar ao alcance do gato mais cedo ou mais tarde vai ser morta por ele.


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Outros dizem que o destino está traçado, mas não se sabe onde.
Duplamente curioso, anda por aí um vidente que garante que adivinha o futuro mas que (Darwin? - ele não explica) não lhe é permitido que diga qual será esse futuro. Esse vidente deixará Matusalém a um canto por via dos conhecimentos não só já acumulados até pelo comum mortal, mas ainda pelos que ele e só ele conhece já existirem no futuro. Pena é que nada queira com a electricidade.
Coisas.


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E aquelas coisas espantosas em que gajos morrem por tentarem salvar a vida aos que meteram a mão, desnecessária e inadvertidamente, onde estavam fartos de saber que lhes seria mortal. Culpa da andorinha ou do regulamento que não estipula que não se deve tentar salvar quem está em apertos?  Gostaria Darwin de pregar partidas?
Mais uma vez aqui também está grosseiramente enganado. Até posso acreditar que, face à idade que aparenta ter no único vídeo seu em que dei uma ligeira olhadela, nunca na escola "regular" (das letras e dos números) lhe tenham ensinado que nunca se deve tocar numa pessoa que tenha sofrido um choque eléctrico e esteja inanimada no chão, não posso é aceitar que caso tenha tido algum tipo de formação em electricidade, quer nalgum tipo de formação profissional quer pela aprendizagem com algum velho (que não diabo porque, dizem os mesmos que como você falam em bruxas e afins, ele é matreiro) não lhe tenham ensinado isso.
se mesmo assim ninguém lhe tiver ensinado isso não posso aceitar que diga que faz reparações em equipamentos eléctricos e não conheça os efeitos mortais da electricidade e como tal vá meter a mão em alguém inanimado após um choque eléctrico sem antes ir verificar se a energia está desligada.

Já sei, não há qualquer problema em ir tocar em alguém nessa situação o único cuidado necessário é manter a mão atrás das costas.

Offline SerraCabo

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #70 em: 08 de Setembro de 2017, 20:50 »
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Precisamente é isso que acontece vezes de mais, está farto de saber que é fatal, possui enormes conhecimentos acumulados que lhe garantem que é fatal,

Chama-se a isso desconversa. Há factos conhecidos por uns e por outros, outros que são conhecidos apenas por uns, outros apenas por outros, mas a coisa aqui complicou-se quando chamei a atenção para um deles, o do chamado cuidado da mão no bolso, desconhecidos por alguns que o classificavam como coisa inútil por acharem a regulamentação bastante e suficiente. A resposta era, mais ou menos, se se cumprir a regulamentação esse caso nunca se dará. A porra é que esse e muitos outros se dão, com ou sem regulamentação. A regulamentação de segurança é uma base de trabalho (particularmente para quem faz manutenção, digamos, porta a porta) e, juntamente com tudo o que se vai aprendendo ao longo da vida igualmente sobre segurança, tem que ser permanentemente recordada e simultaneamente avaliada para se decidir qual a forma menos arriscada que permita que o trabalho possa ser feito sem implicar demolir o prédio.

O mesmo se passou aqui ao lado quando relatei um fenómeno pouco conhecido, a coisa do motor que perde uma fase e queima uma rebarbadora.

A regulamentação de segurança tem, nalguns não poucos casos, efeitos perversos. Por exemplo, usam-se em determinadas condições de trabalho métodos de segurança que, bem meditados, seriam desaconselhados, mas as seguradoras saltam fora se não forem respeitados.  A encrenca acontece, o seguro paga, mas o artista é que ficou com o empeno às vezes para o resto da vida.

Offline SerraCabo

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #71 em: 08 de Setembro de 2017, 20:54 »
Alguém conhece alguma regulamentação (ou apenas aconselhamento) sobre como se deve descer de um escadote, ou de uma escada (de encosto)? Se calhar há, eu não conheço. A verdade é que todos os anos milhares de gajos herdam uma colecção de hérnias por causa da confusão do último degrau do escadote.

Esta do escadote tem tudo a ver com electricistas.

Offline SerraCabo

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #72 em: 08 de Setembro de 2017, 22:05 »
... e quais são as perguntas que sente que não respondi e que faz falta serem respondidas?

Offline vasco

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #73 em: 08 de Setembro de 2017, 23:29 »
O transformador de isolamento por si só não garante proteção absolutamente nenhuma contra contactos acidentais, vais continuar a ter uma TENSÃO de 230V no equipamento de teste com a agravante que se não usares mais nenhum equipamento acabas-te de fazer um bypass a todos os equipamentos de proteção já existentes na instalação, em relação a proteção o único benefício é que usando um transformador de baixa potência proteges a instalação a montante de curto-circuitos pois o transformador satura antes de atingir uma corrente no primário capaz de disparar protecções ou derreter os condutores.

Deixei o pensamento a meio, estava a pensar que isso permitiria colocar de uma forma autónoma uma protecção variável (fusíveis ou disjuntores rápidos com valores à escolha) a seguir ao transformador de isolamento, algo do estilo de 1 ou 2 A em vez do normal dos 16 ou 32 do circuito... Mas, pensando bem, se bastam uns 50 mA @220V no sitio errado para nos mandar desta para melhor isto é capaz de não ser lá muito útil do ponto de vista da protecção.

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A técnica da mão do bolso obriga-te a trabalhar apenas com uma mão o que ainda ajuda a que te atrapalhes e coloques a mão que tens livre onde não deves. Além disso esse tipo de proteção só faz sentido para evitar a passagem de corrente pelo coração no caso em que tocas simultaneamente com as duas mãos em pontos com uma DIFERENÇA DE POTENCIAL alta o suficiente para causar uma corrente

Numa situação hipotética onde se tem um equipamento aberto e se está a escarafunchar lá dentro com uma mão o típico será por-se a outra mão na caixa (bonus points se for uma tv/monitor com CRT onde se poderá colocar a mão em sítios muito mais interessantes). Por muito treino e conhecimento das regras que se tenha, quando se está realmente a tentar perceber onde está um problema é completamente possível perder a noção de onde temos as mãos, é como alguém que tem por habito roer a caneta estar tão concentrado que começa a mascar acidentalmente na ponta. Ganhar o hábito de colocar uma das mãos em sitio seguro será provavelmente positivo do ponto de vista da sobrevivência.

Embora em robótica se trabalhe com motores e de repente estamos a usar alimentações trifásicas isso para mim é magia negra e eu estava simplesmente a pensar na bancada típica onde se poderá mais facilmente ter torradeiras do que tasers. :-)

Eu só conhecia as pulseiras destinadas a dissipar a electricidade estática, julgo que têm uma resistência de 1 mega ou superior. As que são destinadas a fazer disparar os diferenciais são a mesma coisa ou têm características diferentes ?
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Offline vasco

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Re: Preparar bancada de testes
« Responder #74 em: 09 de Setembro de 2017, 00:08 »
Depois de ler esta thread estou a pensar dedicar-me a uma área mais segura como a preparação caseira de nitroglicerina ou a abertura de um MacDonalds em Pyongyang. ;-)

O facto é que pelo que é dito acima, eu não deveria estar vivo, lá pelos 10 anos tirei os dois bornes de uma ficha (inicio dos anos 70, os bornes enroscavam directamente em cima dos fios nem era preciso chave de parafusos) e enfiei-os numa tomada (um em cada mão) para ver o que acontecia. Evidentemente que apanhei um esticão, mas não caí para o lado nem me queimei nem tive nenhum espasmo... A seguir espetei os bornes numa borracha e voltei a fazer o mesmo, porque tinha lido não sei onde (possivelmente no Mundo de Aventuras ou no Falcão) que a borracha protegia de electricidade, e realmente aí não apanhei nenhum esticão. O prédio era de 1910, não tinha terras, os fusíveis eram uma ou duas voltas de fio torcido entre os pinos de uma daquelas fichas de porcelana e nem sequer queimaram.

E como é que há pessoas que são atingidas por um raio e sobrevivem ?

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